Notícias

Um investimento privado de pelo menos R$ 500 milhões em terminais portuários e barcaças fará com que o Amapá comece a escoar grãos produzidos no Centro-Oeste do país para a Ásia e Europa a partir de 2015.

O primeiro passo foi dado nesta terça-feira (5) com a autorização do governo para a companhia de logística Cianport instalar um terminal portuário na cidade Miritituba (PA) com capacidade para escoar 4,5 milhões de toneladas de grãos ao ano.

Desse terminal no Pará, a soja e o milho vão ser levados em barcaças pelos rios Tapajós e Amazonas até o porto de Santana (AP), de onde vão de navio para outros continentes. O investimento na construção do terminal paraense será de R$ 45 milhões e deve estar concluído em nove meses. A empresa também vai comprar 24 barcaças ao custo de R$ 135 milhões para levar os produtos do Pará ao Amapá.

FRETE

Segundo o presidente da Cianport, Marino José Franz, hoje a soja produzida no Mato Grosso tem que descer de caminhão até o porto de Santos, numa distância de 2,5 mil quilômetros. Com o novo terminal, caminhões vão andar 1,1 mil quilômetros do Mato Grosso ao Pará e, em seguida, os produtos seguem nas barcaças para o Amapá.

"Acreditamos que isso levará a uma redução de custos do frete que deixará R$ 100 milhões por ano para os agricultores", afirmou Franz.

No Amapá, a empresa está fazendo investimentos num terminal portuário no Porto de Santana e já pediu autorização para construir um terminal privativo na mesma região. Os investimentos nessas duas unidades somam R$ 350 milhões.

A Cianport, que é formada por duas grandes comercializadoras de grãos nacionais, a Agrosoja e a Fiagril, acredita que já será possível transportar parte da próxima safra de meio de ano da região centro-oeste em 2015. Eduardo Knapp - 20.abr.2011/Folhapress Terra de lavoura na região de Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso Terra de lavoura na região de Campo Novo do Parecis, no Mato Grosso

TERMINAIS PRIVADOS

O terminal da Cianport em Miritituba é o 24º terminal privado autorizado pelo governo desde que a MP dos Portos foi aprovada no ano passado. Segundo o ministro da Secretaria Especial de Portos, César Borges, esses terminais somam R$ 9,6 bilhões em investimentos. A pasta estuda autorizar outros 38 terminais privados no país. Borges afirmou que o governo está aguardando o TCU liberar a licitação para a concessão de terminais portuários em portos públicos de Santos (SP) e de Belém (PA).

O órgão de controle está analisando o processo há quase oito meses sem definição sobre se permite ou não essas concorrências.

Fonte:Folha de São Paulo\DIMMI AMORA